22 novembro, 2010

Tempos de Novembro



Era novembro e chovia. Eram aproximadamente 18 horas, e o centro da cidade não estava movimentado e barulhento como sempre. Na verdade, tudo estava muito quieto. Quieto até demais...
Por um breve momento achei que havia ficado completamente surda, mas não, aquele lugar estava absolutamente silencioso. Os únicos sons que se podiam ouvir eram os das gotas de chuva caindo aos chãos, dos carros movimentando-se lentamente e os passos daqueles passavam por ali.
Cada pessoa se comportava diferente em relação à chuva. Quem estava protegido com seu guarda-chuva parecia estar preocupado com algo além daquele tempo frio. As pessoas sem guarda-chuva corriam tentando não se molhar. Além disso, tinha pessoas que nem eu... Pessoas que pareciam não se importar em estar molhadas ou geladas.
As gotas que caiam sob a minha pele, não faziam o menor efeito em mim. E o frio não parecia ser muito diferente da temperatura de meu coração. Guarda-chuvas de diversas cores passavam por mim, mas apenas os pretos me atraiam. Só os pretos representam o estado em que minha alma se encontra.
Finalmente a chuva diminuía sua intensidade se transformando em uma pequena garoa. Infelizmente, dentro de mim ainda acontece uma tempestade que cada vez mais destrói tudo que construo e tudo que mais amo.
Mal posso esperar pelo verão, para que o Sol ilumine fortemente a minha vida. Mas enquanto ele não chega, me contento com os arco-íris presentes nas poças dessa cidade...
Será que algum dia o tempo irá melhorar? Será que algum dia essa tempestade sumirá?



Andréia de Carvalho


Como podem ver,esse não é mais um de meus textos,porém posteio com carinho a pedidos de um amigo meu.Me identifiquei com o texto e pude perceber um grande potencial no mesmo.Espero que o mesmo ocorra com vocês e que passem a admirar da mesma forma que eu,essa escritora que  ainda terei o prazer de conhecer.