20 junho, 2020

Seis Anos

                               Ilustração: aka Ana Novaes

Hoje completam-se seis anos que você se foi e, por algum motivo, estou mais nostálgica que nos outros três últimos anos.  
Fazem alguns dias venho pensado com mais frequência em você, nas “marcas” que você me deixou. 
De você ficou em mim o gênio forte, a teimosia e a marca de nascença que eu tanto reclamo. Ficaram os traços e a semelhança física, o tipo sanguíneo e o cabelo que não define o que é, mas, dentre todas essas características, um fator inusitado surgiu na minha fase adulta que me faz lembrar sempre de você: herdei carinhosamente seu apelido, algo que no começo me deixava um pouco incomodada, mas que agora recebo de forma tão grata por poder ter mais uma coisa aqui na Terra que me ligue a você. Já não sou só Raíza ou Ra, como você, agora sou “Rai”, assim como você me esforço ao máximo e dou meu melhor no trabalho e em tudo que me proponho a fazer, assim como você tento ajudar ao próximo sem que a minha mão direita veja o que fez a esquerda, assim como você me tornei devota de Nossa Senhora. Aliás, penso sempre em você quando converso com ela, acho que talvez seja uma forma de ela me dizer que vem cuidando de ti. Espero que sim!

Saudades pai, muitas, infindas. Eu te amo pra sempre!