19 setembro, 2016

Sempre a você



Lembranças suas me invadem esporadicamente, de forma que não consigo conter ou compreender. Você sempre fará parte de mim, de quem eu sou, como uma cicatriz que nunca fecha, não tem cura, mas que já não dói mais.
Por vezes é como se em uma brisa leve, o vento me trouxesse você, seu perfume, sua risada e a forma sutil que tinha de se prender a mim, me dominando e inebriando os sentidos ao me arrematar em seus abraços fortes e cheios de sentimentos, todos tão indecifráveis. Você foi sempre uma incógnita pra mim, alguém que eu tentava com afinco decifrar, aprender, compreender. Talvez tenha sido esse o segredo do meu querer!
E falando em querer,  quisera eu um dia relembrar as memórias de todas as minhas paixões, e você seguiria sendo a mais forte entre todas elas, aquela que jamais hei de esquecer.
Ainda me recordo com amor de cada beijo, cada texto e da forma inusitada que encontramos de nos doar um ao outro. Doar sim, pois não há nada que descreva melhor a troca mútua de palavras,  sentimentos e silêncios que um dia compartilhamos. 
Não cabe a mim falar de pele, de desejo. Estes certamente estiveram envolvidos em nossa trama, mas nunca em papel principal. Fui muito além do eros por ti: imaginei futuros, planejei vidas, devaneei amores, reinventei meu ser.

29 junho, 2016

Novo dia, saudade antiga




Só queria dizer que sinto sua falta e que essas semanas tem sido difíceis de suportar. Dia 20 completou dois anos do seu falecimento e eu pensei que já estaria mais forte a este ponto. Julguei não sentir mais dor e imaginei ter cicatrizado a ferida que ficou em mim.
Espero que de onde você esteja entenda que eu tenho seguido em frente sim e que não precisa se preocupar comigo, mas que alguns dias ou semanas estarei mais suscetível ao choro e a falta que você me faz.
Não é fácil amadurecer, menos ainda quando se perde uma base tão importante quanto você era pra mim. Tenho tido que tomar decisões difíceis, optar por caminhos que me desviam dos meus objetivos de outrora, mas não quero reclamar. Sei que Deus tem um propósito pra minha vida e que se Ele escolheu te levar assim tão cedo é porque isso faz parte da minha missão em Terra.
Tenho ficado mais forte a cada dia e aceitado melhor os rumos da minha vida. Sinto sua falta pai, mas sei que tudo ocorreu da melhor forma.
TE AMO PRA SEMPRE!

02 junho, 2016

Eu e só


Há algum tempo venho me perguntando qual o sentido de estarmos juntos e isso não é segredo pra você. Venho buscando o porque deste pensamento incessante de que talvez não seja para ser, não agora, não mais.
Por maravilhosos três anos e meio você foi exatamente o que eu precisei, aquele com quem podia contar para tudo, quem parecia ter o encaixe perfeito das minhas mãos, o tamanho certo de abraço e o sorriso mais lindo que alguém poderia ter... Mas só foi. 
Quando olho pra você questionamentos me vem à cabeça, não mais o amor, a paixão, o desejo que outrora me inundavam. Estes me parecem, adormeceram em mim, como um vulcão que trabalhou por um tempo - um bom tempo - e então decidiu descansar.
Talvez ainda te ame, talvez só esteja confusa, talvez, talvez, talvez. São tantos destes que não consigo mais raciocinar, ao menos não de forma efetiva ou conclusiva. Temos seguido rumos diferentes, perseguido metas, visado futuros completamente opostos e acho que isso não deveria ser assim. Quer dizer, não era para nos completarmos? Para construirmos juntos um amanhã? Não deveriam os dois estarem lutando por um objetivo em comum? Então porque por vezes me parece já não termos mais nada que nos una?
O que antes me atraía em você, que me fazia acreditar que você era a estrela mais perfeita que faltava no meu céu, aquela que completava o vazio existente em mim, hoje me faz perguntar qual a razão de termos existido até aqui ou porque ainda estou com você.
Não quero te decepcionar, mas também não posso me frustrar somente para não lhe fazer sofrer. Sei que preciso de você, isso ainda não morreu, mas no momento preciso mais de mim e só. Espero que entenda! 

01 maio, 2016

Limbo


Caindo, indo cada vez mais fundo, me perdendo de mim. Sinto a todo momento estar em um abismo sem a coragem necessária para pular mas sem vontade suficiente para dar dois passos pra trás, me afastar. Algo me prende ali.
Limbo, talvez seja essa a definição mais assertiva de como tenho vivido dia após dia. Não vejo emoção, nem prazer, nem orgulho, só um vazio que me consome e uma vontade desesperada de gritar, de fugir, de mim e daqueles que sempre amei. Aliás, sabe aquela corda imaginária que te prende e te puxa pra cima quando você está mal? Que te leva a lembrar dos bons momentos, das conquistas e das alegrias de se viver e estar perto dos que te querem bem? Não tenho tido muito disto também.
Me faltam os frenesis, os pequenos prazeres, a compreensão do porque estou aqui e qual a minha missão. Ás vezes me pego pensando como Aristóteles, Platão Shakespeare e tantos outros sábios que se indagavam sobre o real motivo da vida. Suas verdades, segredos, motivações. Tenho sido perseguida por aquele instinto incessante do querer mais, da busca por algo que nem mesmo se sabe o que é.
Não que eu seja uma filosofa, poetisa ou tão sábia quanto tais mestres, mas é que assim como eles, com tais devaneios, busco me reencontrar, tomar prumo da minha vida, me redescobrir.
Um turbilhão de emoções me afrontam constantemente, me enchendo de dúvidas, desprazeres até. Um mar de angustias - algumas novas, outras já tão conhecidas - me tomam de assalto, me levam, carregam pra longe de tudo. Do que fui, do que sou, do que talvez - quem sabe, poderia um dia ser.
Nado contra corrente, em um grito mudo clamo por ajuda, mas estão todos distantes, despreocupados, ocupados demais para me ouvir.