Ohana

   É engraçado como tudo pode mudar de repente, como a sua vida dá um giro de 360º em segundos sem que você perceba o que ocorre ao seu redor, lhe desestruturando de forma tão abrupta quanto um 11 de Setembro abala toda uma nação. Não quero comprarar um atentado de proporção tão gigantesca à uma vida como a de qualquer indivíduo "normal", porém são fatos isolados, pequenos e de importância mínima para a sociedade que marcam verdadeiramente alguém. São coisas simples como um abraço inesperado, um gesto afetuoso, um bom dia vindo de um desconhecido, o novo aprendizado do seu filho, o florescer de um lírio, fatos aparentemente curriqueiros que fixam na memória de cada um... Mas isso todos sabem.
  O complicado hoje em dia está exatamente em recordar as pessoas que aquilo que elas fazem de mal ou que de certa forma prejudicam ou machucam alguém também deixam lembranças, machucados, vestígios dolorosos e difíceis de serem curados.
  O ser humano se esqueceu de como amar ao próximo, como ser compassivo e fiel com aqueles que o cercam e caminham junto deles. É mais fácil mentir, fingir, usar uns aos outros enquanto necessários para si e em seguida descartá-los como se faz com um rascunho.
   Nos tempos de uma sociedade cada vez mais capitalista e egocêntrica, tornaram-se raros os amigos, os amores, a lealdade, cumplicidade e elos permanentes e duradouros que permitam a confiança no próximo. Se faz cada vez mais difícil a fé no outro, caminhar sem medo de pisar em ovos, de ser apunhalado ou enganado por quem mais se devotou confiança.
  Talvez em épocas de crise, quando seus pensamentos te levam a ver quem realmente são aqueles em quem você poderá se apoiar, com quem poderá contar, é que se descubra quem são seus anjos na Terra, aqueles que Deus colocou em seu caminho para que não temesse o mal ou qualquer tribulação que venha a lhe afligir. O Pai não os deixa ocultos, ao contrário, faz questão de nos dar as coordenadas, de apontar os caminhos e a direção para encontrarmos com tais seres, basta observar e se deixar levar pelo instinto para reconhece-los. Eu, a aproximadamente 19 anos sei quem são os meus anjos terrenos e a quem vale a pena devotar todo o meu amor e dedicação.