01 maio, 2016

Limbo


Caindo, indo cada vez mais fundo, me perdendo de mim. Sinto a todo momento estar em um abismo sem a coragem necessária para pular mas sem vontade suficiente para dar dois passos pra trás, me afastar. Algo me prende ali.
Limbo, talvez seja essa a definição mais assertiva de como tenho vivido dia após dia. Não vejo emoção, nem prazer, nem orgulho, só um vazio que me consome e uma vontade desesperada de gritar, de fugir, de mim e daqueles que sempre amei. Aliás, sabe aquela corda imaginária que te prende e te puxa pra cima quando você está mal? Que te leva a lembrar dos bons momentos, das conquistas e das alegrias de se viver e estar perto dos que te querem bem? Não tenho tido muito disto também.
Me faltam os frenesis, os pequenos prazeres, a compreensão do porque estou aqui e qual a minha missão. Ás vezes me pego pensando como Aristóteles, Platão Shakespeare e tantos outros sábios que se indagavam sobre o real motivo da vida. Suas verdades, segredos, motivações. Tenho sido perseguida por aquele instinto incessante do querer mais, da busca por algo que nem mesmo se sabe o que é.
Não que eu seja uma filosofa, poetisa ou tão sábia quanto tais mestres, mas é que assim como eles, com tais devaneios, busco me reencontrar, tomar prumo da minha vida, me redescobrir.
Um turbilhão de emoções me afrontam constantemente, me enchendo de dúvidas, desprazeres até. Um mar de angustias - algumas novas, outras já tão conhecidas - me tomam de assalto, me levam, carregam pra longe de tudo. Do que fui, do que sou, do que talvez - quem sabe, poderia um dia ser.
Nado contra corrente, em um grito mudo clamo por ajuda, mas estão todos distantes, despreocupados, ocupados demais para me ouvir.