Sem ar...
Meu pulmão está se fechando, contraindo lentamente, não consigo respirar.
Dói o peito, a alma, o coração.
Dói existir!
Choro...
Lágrimas escorrem involuntárias
num misto de desespero e cansaço,
Não consigo controlá-las.
O que faço com todo sentimento
contido em mim?
Respiro...
Preciso de um sopro forte,
Desses que me abra as narinas
E me leve o ar corpo adentro.
Estou me afogando!
Emudeço...
Grito calada, nenhum pio,
Minha voz escorre pela faringe
Mas engasga antes de sair.
Ninguém precisa me ouvir!
Enrijecida...
Os ombros pesam, as costas doem
Estão esmagando meus ossos.
Minha cabeça não quer parar,
Estou paralisada.
Não sei até quando vou aguentar!
Me acolho...
Acabo com o desassossego,
Recolho os cacos e os conserto,
Costuro ponto por ponto, desato os nós.
Tudo vai ficar bem!
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